A banda faz shows no Japão, em Angola e em países da América do Sul
Uma década depois de estourar no Brasil, a banda Calypso quer apimentar o mundo com uma levada espanhola à la divas como a cantora pop colombiana Shakira e a cubana Gloria Estefan, e outros sons suingados, como os feitos pelo dominicano Juan Luis Guerra. A produção do CD cantado na língua dos hermanos já está em fase adiantada e aguarda apenas a cantora Joelma se familiarizar com o idioma. "Ainda hablo um portunhol muito do sem vergonha", disse a sex symbol paraense ao Correio, em entrevista durante a passagem da banda por Brasília.
Antes de gravar seu primeiro disco em língua estrangeira, o Calypso dará um pulo no outro lado do mundo para divulgar os dois CDs e o DVD gravados em novembro de 2009, em um show no Recife. Juntos, os álbuns feitos para comemorar uma década de carreira já venderam 150 mil exemplares. Desde o surgimento, em 1999, a banda vendeu 10 milhões de cópias. Esta será a primeira vez que os japoneses assistirão a um espetáculo do grupo, que mistura o som caribenho a outros tantos, como o carimbó, a lambada e o rock.
Estão agendados três shows no Japão; o primeiro ocorre em 8 de agosto. De lá, Chimbinha, Joelma e uma entourage de quase 50 pessoas - entre músicos, técnicos de som, assistentes e dançarinos - seguem para Angola. A banda termina o ano divulgando os CDs comemorativos em um circuito por países da América do Sul.
O disco em espanhol deve misturar sucessos novos com velhos hits, como Xonou, Xonou, que na versão hispânica virou Apasionou. O grupo está mirando nos EUA e na América do Sul. O álbum, o 16º da carreira, está quase pronto - só falta a gravação da voz de Joelma. O lançamento estava previsto para o início de 2010, mas foi adiado porque ela ainda não se sentia segura para cantar todo um CD em espanhol. Por isso, a dupla não aposta em datas. "Preciso de um assistente para melhorar meu sotaque", explica a cantora.
Para aproximar o som do grupo ao tipo de música latina consumida pelo público estrangeiro, a mixagem será feita em Los Angeles, e a masterização, em Nova York. Na gravadora Som Livre, que lançou os dois mais recentes álbuns do grupo, não há informações oficiais sobre o CD em espanhol. Mas, em se tratando de Calypso, isso não chega a ser uma surpresa. A banda é conhecida por lançar discos de forma independente. O primeiro compacto foi gravado dessa forma e vendido nos mercados populares de Belém a preço de custo. Vendeu 500 mil cópias.
A intenção de se tornar conhecidos sem depender de terceiros fez mais do que apresentar a banda ao país. Criou um novo modo de se relacionar com o público. "Por isso, não temos problemas com pirataria. Nosso público compra nosso CD porque pode pagar por ele. Não cobramos mais do que R$ 10 por cópia", ressalta Joelma.
Surpresa
Sempre ao lado do guitarrista Chimbinha, marido e líder do grupo, a loira, do alto de seus 36 anos e 15cm de bota, intercala as respostas com gostosas gargalhadas: sim, ela é simpática mesmo. Para quem se acostumou a vê-la na TV em roupas apertadas e de forma rebolativa, a primeira impressão é de surpresa: Joelma é baixinha, tem 1m52 e é magrinha. "Estou acostumada a provocar essa surpresa", diz a artista, que define seu corpo em sessões semanais de musculação.
Chimbinha também surpreende: não ostenta mais o topete que era sua marca registrada. Faz um estilo mais low profile e se adianta quando as perguntas enveredam pelos assuntos mais técnicos da música. "Essa é a parte dele", passa a bola Joelma.
É Chimbinha quem explica o motivo de fazer a pós-produção do CD nos EUA. "Eles têm os melhores músicos e estão acostumados a tirar o som dessa turma que faz um som consagrado", argumenta. E aproveita para ressaltar que a mudança não vai descaracterizar o Calypso. Pelo contrário. "Continuaremos os mesmos, mas com uma levada mais pop, para ser tocada em qualquer rádio", finaliza o músico.
Esse novo Calypso - de roupagem pop - será um mistério até que Joelma consiga o tradutor de espanhol e finalize o trabalho que pretende incluir no pop latino a banda paraense de maior sucesso nacional.
Ponto a ponto - Joelma
CD só para fãs
"Está nos nossos planos. Eles conhecem músicas que nós nem sequer gravamos. Seria uma espécie de agradecimento por tudo o que já fizeram por nós."
Concentração
"Antes dos shows, descanso, evito falar muito, telefone. Ensaiamos apenas uma vez. Shows são desgastantes, temos de ter uma preparação física como a de um jogador de futebol."
Visual
"Estou à procura de um novo visual para a banda. Ainda não o encontrei, mas estou procurando."
Caçula
"Quero que siga os próprios sonhos. Ela é muito afinada e ama música. A gente percebe que ela gosta disso. Já nasceu assim. Se ela quiser, terá nosso apoio."
fonte/; divirta-se
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